Olivier Bonnel – Vatican News
“Não às interferências e intervenções externas, deixem a autonomia aos libaneses. Deixe-os resolver seus problemas sozinhos”. Esse é o apelo de Ignace Youssef III Younan, patriarca sírio-católico de Antioquia, em Roma nessas semanas como participante do Sínodo sobre Sinodalidade e que foi recebido em audiência pelo Papa Francisco na manhã de sexta-feira (11). “Foi um encontro muito bom, e agradeci de todo o coração ao Santo Padre pelo seu apoio e suporte como pai da Igreja universal para o Líbano, que vem sofrendo há anos”, conta o patriarca. “Bem, o Papa disse que a violência que está aumentando no Líbano não é mais aceitável. Esse pequeno país era uma pérola do Oriente Médio e de toda a região, mas infelizmente tem sido maltratado por muitos... O Papa está muito próximo dos libaneses e chama os beligerantes para que garantam a paz.”
O Patriarca vê com tristeza a situação na Terra dos Cedros, onde a guerra se espalhou por todo o território nos últimos dias, com bombas caindo até sobre Beirute. Todavia, diz que não teme divisões no âmbito religioso e social: “Creio que todas as confissões concordarão que o Líbano deve voltar a ser um país independente, aberto a todos, com os mesmos direitos, sem interferências externas. Creio que os libaneses já saibam disso”. “Nós - afirma Younan - não podemos resolver o problema da Palestina, a Liga Árabe deve intervir e encontrar uma solução”. A preocupação do prelado é com todas as pessoas que foram forçadas a deixar suas casas: “Há uma migração de cerca de um milhão de pessoas, muitos inocentes”.
A situação humanitária, no entanto, enfatiza o patriarca católico sírio de Antioquia, não é a mais urgente: a urgência é “dar ao país identidade, autonomia, a possibilidade de resolver seus problemas”. “Basta de milícias armadas substituindo o Estado. É disso que precisamos.... – acrescenta ainda - E creio que estejam trabalhando nessa linha de apoiar o exército libanês e encontrar uma maneira de garantir a segurança de todos os libaneses”.