
Responsabilidade do voto: “expressão da participação na construção de um Brasil melhor, mais justo, mais fraterno”, afirma dom Leonardo Steiner
Dom Leonardo recorda as diversas iniciativas da CNBB para orientar os cristãos para uma boa escolha, como a Mensagem para as Eleições “Compromisso e Esperança”, divulgada na última assembleia geral da entidade. “O bem maior do País, para além de ideologias e interesses particulares, deve conduzir a consciência e o coração tanto de candidatos, quanto de eleitores”, cita.
Mas o secretário-geral da CNBB também revela uma preocupação: “Se tem falado muito pouco sobre a necessidade de uma boa escolha no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e na Câmara Distrital”. O secretário-geral da CNBB ressalta o que tem sido reforçado pelo episcopado brasileiro e que pouco teve destaque nas discussões políticas Brasil afora, de que uma boa escolha nas câmaras e no Senado “são decisivos para um Brasil que oferece oportunidade para todos os brasileiros”.
“Não podemos continuar com bancadas, precisamos reafirmar partidos. Somos provocados a reafirmar a importância da política e, por isso, da democracia. Precisamos reafirmar a representatividade da sociedade brasileira no Congresso e nas Câmaras. Por isso a necessidade de uma boa escolha. Votarmos em pessoas que estejam dispostas a discutir as questões do Brasil como a educação, o meio ambiente, a saúde, a convivência. Votar em pessoas apresentem projetos que ajudem a ter um Brasil para todos”, afirma dom Leonardo.
A ética também é decisiva na responsabilidade do voto. Para ele, ela se insere no sentido de que haja disposição dos escolhidos para o Poder Executivo e para o Poder Legislativo “trabalharem em prol de todos os brasileiros”.
Renovação
A respeito da renovação dos quadros no Legislativo, dom Leonardo afirma ser um caminho importante e necessário, mas pondera que não se pode esquecer dos bons quadros que já estão presentes no Congresso Nacional e nas casas legislativas dos estados e do Distrito Federal, “políticos que se preocupam com a sociedade brasileira e visam o bem comum”.
“Podemos achar que renovar significa não reeleger ninguém. Não. Nós temos pessoas muito boas, pessoas que realmente se preocupam com muitas questões, como a vida, o meio ambiente, a justiça, o trabalho, os pobres, os indígenas, os quilombolas. Nós temos pessoas que presam o voto que receberam. Mas existe, sim, uma necessidade de renovação”, explica. “O importante é conhecer a vida política dos que se apresentam para a reeleição, os projetos que apresentaram, em que projetos votaram”, acrescenta.
Voto útil
Nas eleições majoritárias para governador e presidente, fala-se muito em voto útil, às vezes motivado pelas pesquisas eleitorais divulgadas durante as campanhas. Dom Leonardo Steiner critica essa prática. No primeiro turno, o secretário-geral da CNBB orienta votar em quem a pessoa achar melhor, seja para governador, seja para a presidência: “O voto útil não ajuda”. Para dom Leonardo, é preciso aproveitar o primeiro turno para ter a percepção do que a sociedade brasileira pensa a respeito do candidato, da candidata, mas também dos partidos, dos planos de governo e das propostas para superar a crise que vivemos.
Leia a mensagem da CNBB para as Eleições 2018 “Compromisso e Esperança”